segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O Encanto de "Maysa"














Antes mesmo de começar, só pelos anúncios em intervalos, já me interessei pela minissérie "Maysa - Quando Fala o Coração". E quando começou foi melhor ainda, perceber que valeu a pena esperar. A começar pela incrível semelhança, pelo menos no olhar marcante, da protagonista, Larissa Maciel, com a cantora. E depois saber de toda a emoção de Jayme Monjardim, diretor e filho de Maysa, em falar da mãe de uma maneira tão completa, íntima, direta, sem rodeios e meias verdades. A minissérie é densa, complexa, vai ao ponto sem se preocupar em medir os atos de sua protagonista - escândalos, bebedeiras, cigarros, relações, rebeldias, enfim, tudo da maneira como só quem conviveu pode ter propriedades de falar sobre.

O olhar de Maysa é sua marca forte e registrada. Ao cantar, Larissa encara o espectador ou simplesmente desvia o olhar no momento-chave de sua música, na fossa, num ato de sofreguidão. Enfim, a escolha foi perfeita, mais uma vez, já que na próxima foto veremos a atriz Larissa, e aí é só comparar seus traços com os originais, de Maysa.






Maysa Figueira Monjardim Matarazzo nasceu em 6 de junho de 1936, no Rio. Mudou-se para São Paulo por conta da transferência de seu pai, Alcebíades Monjardim, que era fiscal de rendas. A cantora morreu em um trágico acidente de carro, aos 41 anos, na ponte Rio-Niterói em 22/01/77.





(Na foto ao lado esquerdo, Larissa Maciel) Cantora e compositora, nasceu numa família rica, tradicional do Espírito Santo. Seus pais, Iná e Alcebíades Monjardim sempre tiveram que lidar com o temperamento difícil e muitas vezes rebelde ao extremo da jovem revolucionária. Mesmo em um internato, Maysa nunca deixou de lado suas atitudes bem atípicas para a época que vivia. Além de fumar, ainda incitava as outras meninas a aplaudirem suas peripércias de modelo e cantora, em atitudes mais cômicas. E depois de sair de lá, costumava andar em trajes mais "masculinos", causando espanto e vergonha aos que estavam à sua volta. Fora isso, ainda causou um rebuliço ao se apaixonar, com apenas 15 anos, pelo amigo da família, André Matarazzo (herdeiro da tradicional família de milionários industriais), quase 20 anos mais velho que ela, e ambos se casaram quando ela completou 18 anos. Para a mãe, foi sempre motivo de afronta e rebeldia total, pela óbvia diferença de idade. Mas os dois, no começo, demonstraram muito amor, e o fruto desse amor foi Jayme Monjardim, que de forma competente está conduzindo a minissérie, e se emociona nas cenas mais fortes, como quando Maysa tentou se suicidar na banheira.


Já acostumada a cantar entre amigos e familiares, desde seus 12 anos, Maysa encantou o produtor Roberto Corte-Real, que logo a convidou para gravar seu primeiro disco. Maysa teve que bater o pé contra a oposição de André, cuja mãe, por exemplo, nunca se conformara com a carreira da nora e a exposição do sobrenome Matarazzo no mundo da música. Para a sociedade da época ser cantora não era nada simples como é hoje em dia. Tanto que ela teve que implorar para conseguir o aval do marido, que colocou como condições a não obtenção de lucros com a venda do disco e nada de fotos na capa. Assim, Maysa esperou que Jayme completasse 1 ano de idade e em 20/11/56, pela RGE, seu primeiro trabalho seria lançado. O casamento, por sua vez, durou apenas dois anos, e seu fim abalou por demais a cantora, levando-a à depressão, e a mudar para o Rio. Lá, começou a se envolver com turma da bossa nova e com o produtor Ronaldo Boscoli, com quem teve uma grande decepção e possivelmente um agravante em sua já costumeira depressão. Inclusive Ronaldo sempre deixava claro que só queria a cantora para interpretar suas composições, e a chamava de gorda e cafona por trás. Maysa ainda conseguiu terminar com o noivado dele, depois que descobriu um anel que ele havia comprado para sua noiva, enquanto ainda estava com ela no hotel do Rio.



A partir dessa época, começou a ter problemas com a bebida e a se envolver em casos amorosos explorados pela mídia. Conheceu seu segundo marido, o advogado espanhol Miguel Azanza, quando fazia uma temporada na Europa. Depois de se casar, fixou residência na Espanha. Separada de Azanza, teve relacionamento amoroso com o ator Carlos Alberto, e, depois, com o maestro Júlio Medaglia.

Assim, esse é um pouco da história dessa polêmica e de certa forma brilhante cantora carioca. E só para lembrar, quem cantava Ne Me Quitte Pas, de "Presença de Anita" era justamente ela... Abaixo mais algumas fotos, mais uma de Larissa como Maysa e uma de Jayme Monjardim.



Um comentário:

  1. Muito interessante a história desta mulher, acho que as mulheres tem que ter esta personalidade forte, passando a perna nos homens porque eles merecem isso e muito mais. ahahahaha beijos

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