terça-feira, 17 de março de 2009

As Pérolas do Oscar 2009!

Finalmente consegui concluir a missão de assistir aos 5 belos filmes que concorreram ao Oscar 2009. Foi fácil, graças à cirurgia (pra uma coisa isso serviu...rs), mas o último foi o mais, digamos, agoniante, "O Curioso Caso de Benjamin Button", com suas 2 horas e 40, praticamente... Ufa! Agora faço um Top 5 destes filmes, e posso dizer que fico feliz e satisfeito por não ter me arrependido de ter visto todos. Maravilhosos!


5º - "Frost / Nixon"
Vou ousar e dizer que esse seria a 'zebra' dos 5, mas só pra justificar, porque não deixa de ser um filmaço. Seguindo os passos de Milk, o filme também explora fatos reais da história política americana, e com maestria. O que mais impressiona é a riqueza da pesquisa, mostrando fatos reais ligados à ficção, ensinando um pouco também a quem não conhece sobre o assunto. Langella está impecável à frente do polêmico e controverso Richard Nixon, que teve que renunciar à presidência por causa do escândalo de Watergate, as fitas, além das polêmicas da época da Guerra. Tudo o que o showman David Frost (bela atuação de Michael Sheen) queria era A entrevista do século, tentando arrancar a maior confissão de Nixon em rede mundial. Frost penou, passou por apuros, mas com seu talento chegou lá e desestabilizou de vez o ex-presidente, que já não via mais futuro na sua carreira política (depois disso ainda teve sua autobiografia de 1000 páginas e outra tentativa no campo político, até sua morte em Abril de 1994). Mesmo não sendo o filme pra levar a estatueta, "Frost/Nixon" vale a pena e não tem como se arrepender. Muito bom.


4º - "O Leitor"
Um pouco longe de levar a estaueta, "O Leitor" tem o seu valor, apesar de não ser lá da maior grandeza. Mas ele tem algo que vem fazendo a diferença ultimamente - o brilho de Kate Winslet. Não, a atriz realmente está vivendo um momento de graça e glória, levando Oscar e Globo de Ouro, ainda apelando no Globo conseguindo Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante. E no Oscar leva "O Leitor" ao mesmo caminho de Milk, ao ter seu protagonista na posição de destaque. O filme tem lá seu perigo, uma transição arriscada, mas para bom entendedor... começa no romance polêmico entre o menino e a mulher feita (se bem que Kate é jovem, né, só a personagem mesmo...rs) que termina num advogado tendo que conflitar o passado para salvar seu doloroso amor do triste fim de vida, após um longo penar na cadeia. Mas a fotografia, a maquiagem, a transformação de Kate em uma idosa, justificam a escolha. E quem não se emociona ao ver a bela aprendendo a ler por conta própria na cadeia, se interessando pela leitura do rapaz, as fitas... Enfim, Kate brilha e a gente só tem que agradecer por tanto talento e sensibilidade. Ah, e sem contar a bela atuação do jovem David Kross, mas que devia ter fumado menos...rs

3º - "Quem Quer Ser um Milionário?"
Tomemos cuidado para Sílvio Santos não se animar a fazer nada adaptado, porque já foi anunciado esse filme no SBT, na propaganda do Cinema, e, no fim, sob a batuta de "SBT Filmes". Credo...rs... Bom, a grande sensação de Bollywood, mais pop do que nunca, é um filmaço. Levou 8 estatuetas do Oscar, inclusive de Melhor Filme e Diretor, também brilhou no Globo de Ouro, mas... acho que faltou um pouco mais para realmente fazer jus a tanto auê, sei lá. A idéia é original também, o mix entre a tensão das perguntas e a explicação do porque ele saber cada resposta, enfim, tudo brilhante e realmente divertido e de certa forma tenso. E o que impressiona é como a música indiana tomou conta do mundo, levando o hit "Jai Ho" ao Top 10 da Billboard. Podem assistir que o filme é ótimo, mas ainda acho que Benjamin e Milk teriam mais cacife para levar um Oscar. Mas a badalação da mídia sempre fala mais alto, né...



2º - "Milk - A Voz da Igualdade"
Tudo começa com Sean Penn levando o Oscar de melhor ator. Aí a gente pergunta "por que?". Aí assiste Milk e só pensa no final, "ah tá...". Ou seja, não tem como um filme, que mistura história real com polêmica social dar errado, muito menos quando atores esquecem pudores e afins e encaram cenas de beijo e carícias gays sem qualquer problema. Uai, será que qualquer ator topa beijar outro cara, rolar na cama, de boa? Se for profissional e sem frescura vai fundo, como Sean, Emile, Diego, James... Bom, Harvey Milk foi o cara que não teve medo de lutar por seus ideais e interesses de classe, indo até o fim e com apoio em massa, até finalmente chegar ao cargo aspirado e conhecer a maior derrota no final - a morte, por assassinato. Naquela época o conservadorismo era ferrenho, valores levados a ferro e fogo, e no fim, no que adiantou o cara morrer ou tantos gays morrerem? Eles não se calaram, continuaram lutando, e hoje em dia é coisa das cavernas ter preconceito contra gays, lésbicas e afins. No fundo, o que se devia ter era uma cambada de caras enrustidos, apenas querendo mostrar serviço e fingindo seguir o que a maioria pensava. O próprio Dan White (vivido por Josh Brolin, outra ótima atuação) parecia meio incomodado, total jeito de enrustido e tal...rs... Enfim, "Milk" é de longe um hino de apoio ao movimento gay, mas sim um registro de uma fase difícil na política americana e também na crise de valores e conflitos sociais. Sean Penn faz jus à estatueta, Emile impressiona, depois daquele playboyzinho de Alpha Dog, James Franco sempre atuando de boa, no jeitão dele, seja hetero seja gay, e Diego Luna mostra porque é sempre a grande revelação, vinda do México.


1º - "O Curioso Caso de Benjamin Button"

Pra mim, esse levaria a estatueta-mór sem medo algum. E abriria o leque para as categorias ligadas à arte e maquiagem, o forte desse grande filme. Atuações impecáveis de Brad e Cate, um show de imagens e efeitos especiais, apesar de toda a demora e longa duração que, com paciência, não chega a ser um absurdo. Afinal, um tema destes, tão original e 'curioso' merece um grande cuidado e a exploração na medida certa. Além disso, os destaques são momentos, cada qual com sua peculiaridade ou importância, um choque, uma surpresa; a descrição do atropelamento foi incrível, uma criatividade exemplar; aquele bebê feio, cheio de marcas, rejeitado e abandonado pelo pai, um momento de choque e angústia; e as cenas no barco, os momentos tensos da Guerra, tudo somado cria essa obra magnífica, que enche os olhos, emociona, faz pensar e refletir. E que maravilha, tudo começa com um relógio girando ao contrário. E o bebê e a criança tomados pelas sequelas daquela exótica doença, nesse caso regenerativa, levam o personagem nascer e morrer como um bebê - incrível, impensável. David Fincher tem essa vontade de ousar e criar, vide: Zodíaco (haja paciência também, mas chega a ser um filme a ser levado em conta), Clube da Luta, Se7en, O Quarto do Pânico... uma versatilidade a ser estudada, além da bagagem de videoclipes, que inclui Madonna (Bad Girl) e Michael Jackson. Portanto não seria qualquer absurdo Benjamin vencer Milionário e os outros, por mim estaria de bom tamanho. Uma pena ele ter passado batido no Globo de Ouro, mas conseguiu suas boas gorjetas no Oscar. Parabéns à Brad Pitt, que vem amadurecendo, enfim, e Cate Blanchett dispensa comentários.

Um comentário:

  1. concordo, este filme foi muito bonito, brad pitt esta sensacional, ve-lo envelhecido, com pouco cabelo foi impactante..
    historia muito interessante!!!!vale a pena conferir mesmo.

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